Quinta-feira, ao ir tomar uma café na copa, ouvi uma conversa entre uma aluna e o Prof. Hansen. Falavam sobre a iniciação dela e o Hansen comentou sobre um estudo que um cara estava fazendo sobre Corpo de Baile do Guimarães onde ele estava traçando uma rota, ou algo parecido que não me lembro, usando os pontos sobre o mapa mundi e estava até usando o Google Maps... Enfim, o fato é que pensei: "Deus, que curso inútil que eu faço. O mundo acabando, guerra, pessoas com fome e eu fazendo um curso que fica estudando literatura, livros, coisas que as pessoas que estão morrendo nem sabem para que serverm...". Aí fiquei um pouco triste sabe. Pensei então que Medicina sim, isso realmente ajuda as pessoas e tal... Aí pensei de novo e percebi que ajuda porra nenhuma, basta ver a situação dos hospitais públicos. Pensei nos pesquisadores, tentando descobrir a cura do câncer... bonito isso... mas aí pensei na aula da Daniela, sobre o Nouveau Roman e o que ela disse sobre o que pensava o Camus, e pensei... "Porra, nem Medicina presta, pois para quê curar a pessoa do câncer se todo mundo vai morrer de qualquer jeito...". Aí eu achei estava exagerando e fui para a aula de Literatura Brasileira II.
Eram esperadas durante todo o ano aquelas noites. Junho e Julho sempre foram meus meses preferidos, o frio, a neblina, as poucas chuvas. Na vila, o céu era muito escuro e salteado de estrelas. A cidade, privilegiada com sua localização em uma planície, permitia ver a linha do fim do mundo, onde a abóbada celeste tocava o chão do pasto. Às vezes, parecia que a silhueta de uma vaca tocava a luz de uma estrela, mas era só a lâmpada lúgubre da varanda de D. Zefinha. No sítio, todas as lâmpadas eram lúgubres, eu preferia sempre andar no escuro lá na casa da minha avó, suas lâmpadas, de baixa potência, muitas utilizadas com voltagem abaixo do que eram feitas, faziam com que o ambiente ficasse em um lusco-fusco macabro. Eu preferia a luz que vinha de fora, ainda mais depois que o prefeito mandou trocar as lâmpadas públicas por aquelas feitas de vapor de mercúrio, deixando tudo com tons quentes, eu sempre gostei mais das lâmpadas com cores de alta temperatura. No sítio do Compadre Jarbas (mu...
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