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Mostrando postagens de setembro, 2008

L'âge des ténébres.

Acabei de assistir a esse filme, o título em português saiu como "A era da inocência". Nele é narrada a história de um funcionário público (olha o Maupassant sorrindo no túmulo), que têm consciência da sua insignificância e para fugir da realidade em que vive - com uma mulher que só trabalha, as filhas que mal se dão conta da sua existência e seu único elo familiar, sua mãe, que está internada em um hospital com uma doença que a faz parecer estar em outro mundo - imagina casos e relações com outras mulheres, mas mesmo assim, não consegue com isso completar o vazio que sente. O filme se passa no Quebec e como pano de fundo expõe algumas práticas estúpidas da burocracia social - tão conhecida por aqui - de forma bastante irônica. Apesar o assunto parecer ser discutido há tempos, acredito que o sentimento de mundo da nosso tempo é mesmo esse: um vazio que cada vez mais ganha espaço dentro do indivíduo, pouco a pouco vamos nos isolando mais em busca da nossa identidade e quanto m
Quinta-feira, ao ir tomar uma café na copa, ouvi uma conversa entre uma aluna e o Prof. Hansen. Falavam sobre a iniciação dela e o Hansen comentou sobre um estudo que um cara estava fazendo sobre Corpo de Baile do Guimarães onde ele estava traçando uma rota, ou algo parecido que não me lembro, usando os pontos sobre o mapa mundi e estava até usando o Google Maps... Enfim, o fato é que pensei: "Deus, que curso inútil que eu faço. O mundo acabando, guerra, pessoas com fome e eu fazendo um curso que fica estudando literatura, livros, coisas que as pessoas que estão morrendo nem sabem para que serverm...". Aí fiquei um pouco triste sabe. Pensei então que Medicina sim, isso realmente ajuda as pessoas e tal... Aí pensei de novo e percebi que ajuda porra nenhuma, basta ver a situação dos hospitais públicos. Pensei nos pesquisadores, tentando descobrir a cura do câncer... bonito isso... mas aí pensei na aula da Daniela, sobre o Nouveau Roman e o que ela disse sobre o que pensava o Ca

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Sempre penso, antes de escrever, que o ato de publicar algo irá me salvar. É claro que não. Pois nunca escrevo o que está em minha cabeça, pois temo comprometer-me de alguma forma. Noto nestes últimos tempos que mascaro muito quando falo, e parece que tenho um certa facilidade em não demonstrar as coisas, ao contrário do que eu pensava. O grande o problema é que ainda não sei qual efeito que isso causará em mim mesmo, sei que vai ser algo próximo do devastador, pois já venho sentindo sintomas destes atos de sabotagem que pratico. É bem mal quando sinto aquele desespero, vontade de gritar ou chorar ou de alguma forma explodir e não consigo. É estranho e dói. Sinto falta de uma pessoa que me conhecesse há muito tempo, que me olhasse e visse o que se passa, que me entendesse, pois eu não me entendo, não sei o que está acontecendo. Estou tentando consertar as coisas, parti do princípio de onde eu achei que comecei a errar, mas como saber se o princípio é mesmo este que escolhi? Acho que nã