Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2010

Quarta-feira à noite.

É sempre essa dúvida. Por mais vezes que passe por isso, continua a mesma questão: Qual o significado deste gesto? Como se sofresse de um problema na cabeça (hein?) qualquer, desses que matam a alteridade. Como saber? Queria um beijo? Deveria? Poria tudo a perder, se? Jamais tentaria tal coisa. Covardia? Que seja, há tempos a covardia não significa desonra e há mais tempo ainda não se sabe o que é honra, mais de quinhentos anos, fato que livra brasileiros desse fardo. Afinal, é respeito? Hipocrisia, talvez? São tantas perguntas. André estava atordoado, queria amar de novo, como fazer? Não dava para pedir bis na farmácia, isso era certo. Pensou em Jéssica, mais uma vez. Sempre ouvira falar que se arrependeria, pois ela o amava de verdade. E dá para amar de mentira? Paulo apertou sua mão. Onde você está? André sorriu, ele sabia que dava.

Primeira base.

Foi um domingo. Eles estavam sentados em uma mesa na calçada. Apesar do sol, fazia frio. Gosto deste tempo, é como quando sorrimos apesar de estarmos tristes. Jéssica não entendeu, ou só fingiu também. Prefiro os dias cinzas. André calou-se, talvez tenha entendido demais, nunca percebia o que as pessoas queriam dizer. Nos cernes dos bom-dias, ele nunca soube se havia carinho ou rudeza. Durante aquela tarde os olhos se calaram, desviavam-se, às vezes se trombavam, porém as bocas não davam pistas, estavam imóveis, uma linha reta apenas. Nenhum rubor. André quis fumar, porém temeu que Jéssica pensasse ser uma provocação. Por que as pessoas fumam? Ele nunca soube defender seu ponto de vista, nem tentou, jamais convenceria Jéssica, ela era inteligente demais e ele tinha paciência de menos. Enfim chegou Paulo, André sorriu, beijaram-se. Jéssica tentou sorrir, pegou o celular. Com licença, é importante. Quando voltou, estava sem batom e agora o delineador fazia uma pequena curva no fi