Enfeito as paredes em torno de mim, para fazer delas um pouco minhas. No entanto, não consigo me enganar, estas paredes não me pertencem, foram erguidas antes de mim e permanecerão depois de mim. Mesmo assim vou enfeitando-as, um souvenir aqui, uma fotografia acolá. Invejo a juventude de antes, e quando for mais velho, invejarei esta aqui. Julgarei-me um idiota, e mais uma vez será apenas reclamação sem nenhum efeito. Às vezes sinto-me um tolo identificando pedaços em filmes, um trejeito, um pensamento, uma covardia. São tantas as covardias, tantas que parece até que todo sentimento se resume em um tipo covardia, afirmar uma coisa é sempre negar outra. Tomei decisões e seguirei-as, mas isso não quer dizer que deixarei de arrepender-me, só deixo isso para os assuntos que trato comigo mesmo, ou para outros quando meio fora de mim. blá blá blá.