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Acabou!

Finalmente. Hoje é o último de aula, entregarei meu trabalho sobre Madame Bovary, um romance realmente incrível. O mais engraçado é que se eu o lesse o ano passado por exemplo, acharia muito banal, mas depois de saber como tudo se deu, é impossível não venerar a força de Flaubert ao escrever este que foi o marco inicial do Realismo. Enfim, terminei o trabalho e agora é só esperar tirar pelo menos 8,0 para poder ter chance na habilitação em francês, caso não der, terei que mais uma vez perder algumas noites pensando entre espanhol e inglês.
No trabalho está tudo muito bom, a professora está gostando do que eu faço e até sugeriu que eu pesquisasse umas coisas para um possível artigo, fiquei tenso, será que eu consigo? Fiquei imaginando o quanto eu vou ficar metido quando publicar um artigo. Será muito bom, mas antes disso preciso aprender a fazer um, provavelmente não vai ser tão fácil.
Apesar das dores obscuras, apesar da espera do resultado de uns exames médicos, apesar da falta-que-você-me-faz, o ano vai terminar muito bem.
Minha irmã morará em São Paulo e isso é incrível, estou muito feliz e vou torcer para o ano que vem ela fazer o doutorado aqui na USP. Sinto uma responsabilidade enorme, por mim e por ela, em alçar o nome de nossa família num patamar acima. Um dia nossos filhos ficarão orgulhosos em saber que são frutos de uma linha que sobe. Do barro pisado pelo bisavô e pelos tijolos carregados pela avó, até o limite do céu, além do limite, acima e sobre o além do limite...

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